"Há duas visões possíveis do Enterro da Gata.
Para quem está de fora, o Enterro da Gata resume-se simplesmente a um bando de irresponsáveis, que só pensam em copos… “É uma tristeza” dizem uns, “É esta a nossa juventude… e depois querem que o país ande para a frente…” dizem outros. Realmente admito que nem todas as mentalidades sejam suficientemente abertas para perceberem o que é realmente o Enterro. Na verdade, quem nunca o viveu “por dentro” não irá certamente perceber do que se trata…
Para nós, os universitários, o Enterro da Gata desperta os sentimentos mais fortes e as emoções mais verdadeiras de toda a nossa vida académica. Assemelha-se de certa forma ao Carnaval no Brasil: passamos o ano todo à espera dele e quando chega ao fim só queremos que o do ano seguinte chegue rápido.
O Enterro é muito mais que copos e música e borga. São os sorrisos dos amigos, as declarações de amizade e de amor, os abraços sentidos, as lágrimas, os gritos de curso, as promessas de amizade eterna, aquela música especial…
Para os caloiros, o primeiro Enterro da Gata é um “Admirável Mundo Novo” e impressionante, é nele que os caloiros percebem a rapidez com que passou o 1º ano, que consolidam amizades, que começam a sentir saudades da praxe tantas vezes amaldiçoada.
Para os finalistas, o Enterro da Gata é muito mais que tudo isto… São as lágrimas, os sorrisos, as promessas levadas ao extremo... “Como é que passou tão rápido?” “Nunca nos vamos separar, prometo…”. É nesta altura que se percebe que a universidade é a melhor época das nossas vidas, porque uma vez acabada, as 7.00h passam a ser a hora a que nos levantamos e não a que nos deitamos, já não há dormidas em sofás de casas de amigos, passamos a ser prevenidos e responsáveis e tomamos realmente o pequeno-almoço à hora do pequeno-almoço.
Admito que este ponto de vista é tudo menos imparcial; no entanto, quem frequenta a universidade, não apenas para tirar um curso (que acaba por ser o menos importante) sabe que, como diz a música: “These are the best days of our lives…”. E certamente que, quando tudo tiver acabado, as saudades vão estar presentes, e não vai conseguir deixar de olhar a última vez para o recinto do Enterro da Gata com o coração apertado e a certeza de que aqueles foram os momentos mais especiais e inesquecíveis de sempre…"
17 comentários:
True (:
A carina e a trofa vão chorar quando lerem isto... :P
Mesmo verdade! São os melhores anos das nossas vidas!
Vivi tudo isso que tu descreves há alguns anos atrás....com essa intensidade, e tenho muitas saudades.
Agora continuo a ser feliz, mas é uma forma diferente de se estar na vida.
Bjinho grande, aproveita! São tempos que não voltam nunca mais.
Sinto o mesmo aperto no coração agora como da 1a vez que li este texto o ano passado.. oh tempo volta pra trás! * ly
Não há mesmo como o primeiro...lembro-me de o recinto fechar às 9h da manhã, de sermos empurrados pelos seguranças, de nós sentarmos nos muros dos prédios amarelos a apanhar sol e só depois iamos para casa, conversar, comer e perto das 11h é que nos deitavamos. Não há mesmo como o primeiro :)
=') coração apertadinho!!
.:S
Agora deixaste-me saudosa!!!
Conselho: Enjoy the moment!!!
Bjs*
O enterro não acontece só junto ao Estádio, na minha rua tal como em muitas outras os Estudantes realizam o "enterro" nos apartamentos. Temos que suportar os gritos, uivos toda a noite, não é?? Nunca ouviram falar de diversão com "peso e medida" ?
Esta semana muitos bracarenses não dormem, mas durante o dia tem de cumprir o seu trabalho. Já sei que estou a falar para o vento...
eu sei que o teu texto é sobre o Enterro da Gata em particular mas acho que retrata tdas as queimas em geral.
Eu vivo a qeima do porto da mesma forma! E momentos como aqueles ficam para sempre :) *
Eu andei na UM cinco anos. Fui a vários Enterro da Gata e tenho orgulho em dizer que fui pela música e pelos amigos sim senhora, mas nunca bebi uma cervejinha que fosse nesses festejos, raramente me deitei depois das 4h da manhã porque no dia a seguir era dia de trabalho, e por minha causa ninguém poderá dizer que não dormiu. Não gritei na rua ao passar por prédios habitacionais, não andei a conduzir bêbeda, não andei aos abraços e beijos com pessoas acabadas de conhecer. Ainda vou ao Enterro pela música e amigos, mas fora isso a saudade aqui não se aplica.
Oh Universidade... bons tempos
Meus amores, a minha opinião é muito simples, sem ofender ninguém, com todo o respeito por quem trabalha e tem que levar com o barulho dos outros, mas na semana do Enterro tudo se entende. Obviamente dentro dos limites do razoável. Mas Enterro não é Enterro sem deitar depois das 7, sem gritos de curso ou de amizade pelas ruas, sem se ir todos os dias, sem aproveitar ao máximo.
bons velhos tempos...
Beijinho :)
toda a gente fala do enterro da gata e nunca lá pus os pés --' :(
Quando eu andava na faculdade nunca ouvi falar de tal fenómeno. Mas eu levei 8 anos a tirar o curso e quando fiz o meu último exame oral eu nem conseguia acreditar. Fiquei apática. Das amizades da faculdade, poucas restam... quando os outros vão passando de ano e acabando o curso e nós vamos ficando para trás, as coisas mudam, as pessoas dispersam-se e só mesmo os verdadeiros amigos e não os meros colegas é que nos apoiam e estão do nosso lado. Tive vários "enterros" ao longo da faculdade... mas o melhor de todos foi o meu! =)
"E certamente que, quando tudo tiver acabado, as saudades vão estar presentes, e não vai conseguir deixar de olhar a última vez para o recinto do Enterro da Gata com o coração apertado e a certeza de que aqueles foram os momentos mais especiais e inesquecíveis de sempre…"
É tão verdade! Que saudades tenho eu da UM e de tudo o que lá vivi... É tão diferente a vida cá fora...
beijinho
Que texto impecável. O Enterro é tão mais que bebedeiras... :)
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