domingo, 10 de maio de 2009

E porque estou mesmo em modo depressivo e nostálgico...

...um texto que escrevi sobre o Enterro da Gata o ano passado para a revista G.A.T.A.

"Há duas visões possíveis do Enterro da Gata.

Para quem está de fora, o Enterro da Gata resume-se simplesmente a um bando de irresponsáveis, que só pensam em copos… “É uma tristeza” dizem uns, “É esta a nossa juventude… e depois querem que o país ande para a frente…” dizem outros. Realmente admito que nem todas as mentalidades sejam suficientemente abertas para perceberem o que é realmente o Enterro. Na verdade, quem nunca o viveu “por dentro” não irá certamente perceber do que se trata…

Para nós, os universitários, o Enterro da Gata desperta os sentimentos mais fortes e as emoções mais verdadeiras de toda a nossa vida académica. Assemelha-se de certa forma ao Carnaval no Brasil: passamos o ano todo à espera dele e quando chega ao fim só queremos que o do ano seguinte chegue rápido.

O Enterro é muito mais que copos e música e borga. São os sorrisos dos amigos, as declarações de amizade e de amor, os abraços sentidos, as lágrimas, os gritos de curso, as promessas de amizade eterna, aquela música especial…

Para os caloiros, o primeiro Enterro da Gata é um “Admirável Mundo Novo” e impressionante, é nele que os caloiros percebem a rapidez com que passou o 1º ano, que consolidam amizades, que começam a sentir saudades da praxe tantas vezes amaldiçoada.

Para os finalistas, o Enterro da Gata é muito mais que tudo isto… São as lágrimas, os sorrisos, as promessas levadas ao extremo... “Como é que passou tão rápido?” “Nunca nos vamos separar, prometo…”. É nesta altura que se percebe que a universidade é a melhor época das nossas vidas, porque uma vez acabada, as 7.00h passam a ser a hora a que nos levantamos e não a que nos deitamos, já não há dormidas em sofás de casas de amigos, passamos a ser prevenidos e responsáveis e tomamos realmente o pequeno-almoço à hora do pequeno-almoço.

Admito que este ponto de vista é tudo menos imparcial; no entanto, quem frequenta a universidade, não apenas para tirar um curso (que acaba por ser o menos importante) sabe que, como diz a música: “These are the best days of our lives…”. E certamente que, quando tudo tiver acabado, as saudades vão estar presentes, e não vai conseguir deixar de olhar a última vez para o recinto do Enterro da Gata com o coração apertado e a certeza de que aqueles foram os momentos mais especiais e inesquecíveis de sempre…"


17 comentários:

Sara disse...

True (:

A carina e a trofa vão chorar quando lerem isto... :P

Pi disse...

Mesmo verdade! São os melhores anos das nossas vidas!
Vivi tudo isso que tu descreves há alguns anos atrás....com essa intensidade, e tenho muitas saudades.
Agora continuo a ser feliz, mas é uma forma diferente de se estar na vida.
Bjinho grande, aproveita! São tempos que não voltam nunca mais.

sweetie disse...

Sinto o mesmo aperto no coração agora como da 1a vez que li este texto o ano passado.. oh tempo volta pra trás! * ly

Cor do Sol disse...

Não há mesmo como o primeiro...lembro-me de o recinto fechar às 9h da manhã, de sermos empurrados pelos seguranças, de nós sentarmos nos muros dos prédios amarelos a apanhar sol e só depois iamos para casa, conversar, comer e perto das 11h é que nos deitavamos. Não há mesmo como o primeiro :)

S.A. disse...

=') coração apertadinho!!

.:S

rosemary disse...

Agora deixaste-me saudosa!!!

Conselho: Enjoy the moment!!!

Bjs*

Anónimo disse...

O enterro não acontece só junto ao Estádio, na minha rua tal como em muitas outras os Estudantes realizam o "enterro" nos apartamentos. Temos que suportar os gritos, uivos toda a noite, não é?? Nunca ouviram falar de diversão com "peso e medida" ?
Esta semana muitos bracarenses não dormem, mas durante o dia tem de cumprir o seu trabalho. Já sei que estou a falar para o vento...

Ritz disse...

eu sei que o teu texto é sobre o Enterro da Gata em particular mas acho que retrata tdas as queimas em geral.
Eu vivo a qeima do porto da mesma forma! E momentos como aqueles ficam para sempre :) *

inwhitelight disse...

Eu andei na UM cinco anos. Fui a vários Enterro da Gata e tenho orgulho em dizer que fui pela música e pelos amigos sim senhora, mas nunca bebi uma cervejinha que fosse nesses festejos, raramente me deitei depois das 4h da manhã porque no dia a seguir era dia de trabalho, e por minha causa ninguém poderá dizer que não dormiu. Não gritei na rua ao passar por prédios habitacionais, não andei a conduzir bêbeda, não andei aos abraços e beijos com pessoas acabadas de conhecer. Ainda vou ao Enterro pela música e amigos, mas fora isso a saudade aqui não se aplica.

JP disse...

Oh Universidade... bons tempos

Rita disse...

Meus amores, a minha opinião é muito simples, sem ofender ninguém, com todo o respeito por quem trabalha e tem que levar com o barulho dos outros, mas na semana do Enterro tudo se entende. Obviamente dentro dos limites do razoável. Mas Enterro não é Enterro sem deitar depois das 7, sem gritos de curso ou de amizade pelas ruas, sem se ir todos os dias, sem aproveitar ao máximo.

acatar disse...

bons velhos tempos...

Fada disse...

Beijinho :)

Miguel disse...

toda a gente fala do enterro da gata e nunca lá pus os pés --' :(

PKB disse...

Quando eu andava na faculdade nunca ouvi falar de tal fenómeno. Mas eu levei 8 anos a tirar o curso e quando fiz o meu último exame oral eu nem conseguia acreditar. Fiquei apática. Das amizades da faculdade, poucas restam... quando os outros vão passando de ano e acabando o curso e nós vamos ficando para trás, as coisas mudam, as pessoas dispersam-se e só mesmo os verdadeiros amigos e não os meros colegas é que nos apoiam e estão do nosso lado. Tive vários "enterros" ao longo da faculdade... mas o melhor de todos foi o meu! =)

Alguém disse...

"E certamente que, quando tudo tiver acabado, as saudades vão estar presentes, e não vai conseguir deixar de olhar a última vez para o recinto do Enterro da Gata com o coração apertado e a certeza de que aqueles foram os momentos mais especiais e inesquecíveis de sempre…"


É tão verdade! Que saudades tenho eu da UM e de tudo o que lá vivi... É tão diferente a vida cá fora...

beijinho

L!NGU@$ disse...

Que texto impecável. O Enterro é tão mais que bebedeiras... :)